Meus amigos:
Antes de qualquer coisa, quero agradecer imensamente as muitas mensagens de congratulações sobre meu aniversário.
Neste 4 de julho, além de comemorar mais um ano de vida, quero compartilhar o grande orgulho que tenho do meu pai, Miklós Korontai, que, após longo período em que esperava ansiosamente pela abertura das portas do outro lado da dimensão da vida, obteve, finalmente, o direito à uma tranqüila e serena passagem, após uma riquíssima vida de pouco mais de 83 anos . E foi às 21:20h da noite de domingo, dia 3.
Este dia 4, portanto, foi absolutamente diferente, não há dúvida. Tudo muito simples, como uma passagem tranqüila requer, na intimidade da família, misturando-se à alegria dos amigos que ligaram, vários de longe, para me parabenizar, quando a única dificuldade foi a de não revelar a cada um, o que havia ocorrido, para não quebrar a pretensão de cada gostosa comemoração pela minha existência. Afinal, é o objetivo do aniversário, quando se pode agradecer, com regozijo, a dádiva da vida.
Agora faço não apenas o agradecimento mas a comunicação da partida de quem me é querido, expressando, porém, a tranqüilidade e serenidade que tenho com o evento natural da vida. Por isso, não estou triste, apenas sereno, certamente um pouco recolhido.
Chegadas e partidas acontecem, todos os dias, em outras famílias pelo mundo. Mas, daqui para frente, em cada novo aniversário a que vier ser brindado, recordarei, como presente que recebi na data de meu nascimento, o privilégio de ter tido um pai, como Miklós Korontai.
Um abraço a todos!
Thomas
Um pouco da vida de Miklós Korontai
Capa de um singelo trabalho, um livreto de poesias, com um prefácio meu, em forma de biografia do meu pai, escrita hás uns 3 anos. Será para mim, uma honra que você o conheça, sua obra e grandeza como ser humano.
Um nome aristocrático, define a pessoa, o caráter, a personalidade do autor das poéticas linhas extravasadas adiante.
Miklós Korontai, nome que resume uma vida, retratada numa crônica que busca destacar as principais passagens do autor dos cantos e desencantos, ora rimados outros não, transmitindo uma visão mais que verdadeira do que é a vida de um homem que chega aos 80 anos.
Um dos poucos passageiros que embarcou em charretes, bondes, trens, automóveis, aviões e jatos para transpor a barreira do III Milênio. Experimentou paz e guerras, amores e solidões, riqueza e pobreza, fama e anonimato, respeito e esquecimento, vigor e imobilidade, sabedoria e impulsividade, lucidez e poeira, inventividade e torpor, ação e placidez, estabilidade e fuga, pátria e nova pátria, desafios e receios, música e culinária...
Um pluriato, um desses raros seres humanos que tem o toque da arte, da criatividade, da ação, da sabedoria, do charme, da elegância, da habilidade em tudo que faz.
Se Miklós tivesse forças ainda, para escrever um livro de sua vida, o seria em diversos e grossos volumes, tão extraordinária e repleta foram esses 80 anos.
Sua poesia retrata isso, basta deixar-se levar, vivenciar os pontos e contra-pontos citados e poderá perceber-se envolvido na emoção de cada exteriorização desse espírito mais que evoluído.
Houve quem não gostasse desse húngaro grande e forte, firme e decidido, absolutamente verdadeiro em um país onde o pragmatismo e a sinceridade são muitas vezes, substituídos pela hipocrisia ou demagogia.
Mas houve (e há) muita gente que o admirou e admira. Seus feitos e sua maneira de ser encantavam muita gente. O jeito franco lhe granjeou uma das coisas mais difíceis de se conquistar em um país como o nosso: a credibilidade.
Lembro-me de como as pessoas o procuravam para consultá-lo em sua sabedoria, visão cosmopolita e filosófica.
Sua bondade não tinha limites. Muitas vezes se deu mal com ela, pois junto com a bondade, possuía uma ingenuidade típica de quem é puro e nunca deixou de ser. Passada a raiva de um desengano, voltava a confiar e acreditar nas pessoas. Ainda bem que a maioria é bem intencionada...
Como um dos seus filhos, sinto-me orgulhoso de prefaciar estas pérolas, singulares pela singeleza, pelo descomprometimento das regras, dominadas pela emoção pura dos momentos de reflexão que, provavelmente, todo mundo faz, se chegar aos 70, 80...assim como, contar um pouco da sua história, rica e muito bem vivida.
Miklós, meu querido pai, pode olhar para trás, lembrar do que fez, de tudo que passou, de tanta gente a quem você influenciou de maneira marcante e tão positivamente, inclusive a mim, cujo agradecimento espero poder fazer, fazendo-o orgulhoso de sua “cria”.
Um pouco de sua história, vale a pena:
Miklós nasceu em Budapest, capital da Hungria em 13.02.1922. Descendente de uma família com cerca de 800 anos, numa Hungria de 1.100 anos, ele teve a primeira etapa de sua vida com formação eminentemente aristocrática. A construtora da família era uma das mais importantes do país, o que o levou a cursar engenharia e arquitetura, em detrimento de sua “verdadeira vocação” – médico. As aspas têm um significado: Miklós é um pluriata, um homem de muitos talentos, não um daqueles que faz de tudo um pouco, mas um dos raros que faz muito, com perfeição e ainda por cima, inovação. Veja só:
Criatividade -
Miklós Korontai fez doutorado na Alemanha, em pré-fabricados e adquiriu grande experiência quando fez parte de uma equipe, na Hungria já comunista, de pesquisa e identificação de materiais para pré-fabricação no próprio local de construção, pois era necessário a rápida reconstrução do pós guerra.
Inventor com criações na construção civil – tanto em concreto, alvenaria quanto em madeira e outros materiais. Inventou uma forma de pré-fabricar paredes de alvenaria de tijolos, cujos paínéis permitem a construção de uma casa de 100 m2 em apenas 1 dia. E muito mais resistente do que qualquer outra. Inventou diversos outros sistemas construtivos, destacando-se na madeira, onde fez história, no Brasil e exterior, produzindo, como Diretor da maior fabricante de casas pré-fabricadas no segmento em todo país, na época (1977 a 1980) casas de médio e de alto padrão. Construiu em diversos países, até mesmo nas Malvinas, antes da guerra com a Inglaterra, dentro dos moldes vitorianos. Ao todo construiu mais de 700 obras só nestes anos.
Miklós inventou também a consagrada régua paralela utilizada em desenho arquitetônico até hoje, assim como, novo tipo de luminária, modelos de mesas de desenho, cadeiras para projetistas – reguláveis na sua altura sem nenhum parafuso, mola, rosca ou qualquer outro dispositivo.
Miklós embrenhou-se na mecânica muitas vezes ao inventar máquinas apropriadas para otimização produtiva no ramo da madeira – móveis e casas pré-fabricadas. Tais máquinas suprimiam, por vezes, duas ou tres etapas no fluxo industrial. Mas na mecânica de automóveis também se aventurou, inventando um carburador no qual poderia se utilizar qualquer óleo para substituir a gasolina em motores a explosão para automóveis, sem modificações substanciais nos mesmos. Mas não chegou a ser aproveitado pois faltaram recursos e apoio.
Ainda na construção civil, Miklós desenvolveu produtos químicos, estudados em seu laboratório residencial nos anos 70, em São José dos Pinhais, obtendo uma liga em concreto que permitia a utilização de caliça ou areia do mar para confecção de paredes de alvenaria através de formas. Aliás, foi o primeiro a usar o processo de construção através de formas para concreto. Uma vez retiradas as paredes já com as aberturas, estavam prontas e curadas, ou seja, já se podia cobrir a casa. O concreto ficou com extrema resistência. Várias casas foram construídas no início dos anos 70 em São José dos Pinhais. Ele chamou técnicos e políticos ligados ao recém fundado Banco Nacional da Habitação – BNH – para mostrar como se poderia utilizar essa tecnologia em construção de milhares de casas, considerando o déficit habitacional que já era grande na época. Foi chamado de comunista, por propor casas de um mesmo padrão para grandes conjuntos populares, como forma de redução de custos. Logo se viu, através das Cohabs, que ele não estava errado. Quanto à utilização das formas, também foram desprezadas. Após alguns anos, construtores locais alugarm por alguns miljões de dólares, dos EUA e do Canadá, formas similares...
Miklós Korontai estava sempre à frente de seu tempo. Ainda em 1967, inventou um dispositivo eletrônico muito simples que promovia a comutação automática da altura dos faróis de automóveis para evitar a famosa luz alta que tantos acidentes provocou. Outra invenção no trânsito foi um semáforo automático que funcionava com a aproximação de veículos, provido de espelhos, dando enorme segurança, especialmente em esquinas com pouca visibilidade. O projeto chegou a ser analisado pelo Detran mas, assim como tantos outros de outros inventores geniais no Brasil, ficou na gaveta.
Miklós inventava e projetava móveis também. Tanto no aspecto funcional quanto no design, como ainda, no método de produção e construção. Foi o primeiro a introduzir conceitos de móveis desmontados de forma que coubessem em pequenas caixas, objetivando a exportação. Os parafusos de madeira para laterais de sofás e poltronas, por exemplo, foram um tremendo sucesso na época e são usados até hoje. Trabalhou nesse sentido em uma grande indústria de estofados, a maior do país na época, criando cerca de 80% de todas as linhas. Ele desenhava as peças, pessoalmente ia para as máquinas para ver como funcionava a produtividade e criava todo o fluxo industrial, até o empacotamento. Aliás, ele desenvolvia equipamentos movidos a ar que empacotavam os conjuntos completa e rapidamente.
Ainda na Áustria, em 56, durante o curto período em que esteve antes de vir para o Brasil, após ter conseguido sair da Hungria dominada pelos soviéticos, trabalhou em uma grande fábrica de brinquedos, uma das maiores do mundo na época e lá criou e desenvolveu muitos brinquedos.
Teve mais de 20 invenções, métodos e processos pedidos como patente, sem contar os que não encaminhou. Até um luminoso com efeito eletrônico mas totalmente mecânico ele inventou - desenvolveu vários protótipos – de 1971 a 1975, objetivando licenciar ou mesmo produzir. Não prosseguiu por falta de apoio...
Ele também era decorador e arquiteto de interiores. Projetava e desenhava tudo, compondo os ambientes de acordo com a exigência do cliente e da época, seja residencial ou comercial.
Na cozinha -
Excelente cozinheiro, conhecedor de mais de 300 tipos de pratos internacionais diferentes, confeiteiro (maravilhosas tortas e doces diferentes) foi proprietário de restaurantes como o Hungária em Blumenau em 1963 e o Riviéra em Balneário Camboriú em 1964/65. Criava pratos maravilhosos a ponto de serem fotografados por turistas.
Em 1970 lançou o primeiro buffet no sul do Brasil, o Buffet Pionner, na galeria Andrade, criando um impacto na clientela conservadora, reduzindo custos e propondo o ainda desconhecido conceito de “fast food”.
Na música –
Miklós compôs letras e melodias – duas das letras estão presentes neste singelo livro – gravadas em CD de apresentações antigas, originais e resmaterizadas e que estarão disponíveis em site. Tocava piano com grande habilidade e cantava, com excelente voz de barítono. Hoje, com os dedos cansados pela idade, ainda dedilha o teclado eletrônico em sua casa.
Na arte –
Esse húngaro extraordinário ainda pintava, não quadros para serem expostos, mas as casas e obras arquitetônicas que criava e desenhava, tanto em lápis coloridos, como em aquarelas. Tinha uma habilidade enorme com o lápis e ensinou muitos arquitetos recém formados que trabalharam com ele, assim como, projetistas práticos cujo talento ele identificava através de pequenos testes descompromissados.
Desenvolvia maquetes tanto profissionais como para seu próprio deleite como apaixonado por ferromodelismo.
Diversos –
Miklós Korontai teve que enfrentar duas guerras: a 2º Grande Guerra Mundial, atuando inclusive na frente russa, levando dois tiros em duas ocasiões diferentes e a outra, a Revolução Húngara contra a dominação soviética, em 1956. J
Já tinha perdido tudo, todas as propriedades da família, pois tudo passou “a ser do Estado”, do Povo, como era o estatuto comunista. Foi preso e torturado algumas vezes pelo sistema e só não foi morto ou deportado por não ter sido provado nada quanto às suas práticas de espionagem.
Com o advento da Revolução e sua derrocada, com a entrada de 2 mil tanques soviéticos em Budapest ele teve que fugir da Hungria em 1956, encontrando-se com a esposa, Madalena (com a qual vivou por 16 anos), na Áustria, cuja fuga também tinha sido negociada com uma rede que tinha se especializado nisso. Quando conta suas histórias, Miklós narra coisas extraordinárias, dignas de um grande filme.
Quando chegou ao Brasil, no início de 1957, como asilado político e recomendado como anti-comunista pelos americanos que o tinham convidado a ir para os EUA (ele ficou receoso de ser instado a se incorporar à CIA face às suas credenciais, tanto pela demonstração anti-comunista e de ter participado ativamente da 2º Guerra, como também, pelos atributos físicos, pois tinha sido campeão universitário da Hungria em luta greco-romana) residiu em São Paulo.
Lá atuou como engenheiro contratado por uma grande construtora de compatriotas mas trabalhou também, terceirizadamente para a antiga fábrica de brinquedos Trol, pintado, com aerógrafo, pequenas bonecas. Chegou a ter uma equipe e em menos de dois anos já tinha seu próprio automóvel, um Skoda. Nada mal para quem tinha começado sem conhecer nada do idioma, com US$ 100 dados pela imigração e com um filho recém nascido e com outro, Paulo, por nascer em 1959.
Convidado por uma construtora americana ele partiu com a família para Candói, no meio do estado do Paraná, próximo à Guarapuva, para participar de uma equipe que construía uma represa e instalações de uma fábrica de papel e celulose. No ínício de 60, só se chegava lá através de pequeno avião.
Em 63 seguiu para Blumenau, montando o Hungária. Em Balneário Camboriú, em 65, após ser roubado pelo sócio no restaurante Riviera, deixando-o sem capital para prosseguir, criou o primeiro cinema, o Cine Vera. Ele mesmo rodava os filmes, enquanto a esposa ficava na bilheteria. Trocou-o por uma fábrica de móveis em Curitiba em 66, com a qual operou até o final de 1969.
Miklós tinha se especializado com essas experiências, na condução de empresas, especialmente na indústria e por mais de 20 anos atuou como Diretor Industrial de diversas empresas nos 3 estados do sul. Era conhecido como “arrumador de empresas” pois ao chegar, reorganizava toda a sua produção, criava e desenvolvia máquinas, equipamentos próprios, métodos de produção e até na visão de mercado e target para o qual a empresa deveria se orientar. Bastavam alguns meses para uma total renovação, quase que um processo de reengenharia, embora o termo não existisse na época.
Também foi empresário, tendo sua própria construtora mas o período foi muito difícil para quem não tinha capital para agüentar.
Miklós ainda teve influência muito grande na vida de centenas, talvez milhares de pessoas, durante os anos em que atuou, de forma totalmente gratuita, como espírita, especialmente em Caxias do Sul/RS, tendo uma força espiritual incrível, que eu mesmo presenciei. Muita gente foi curada de doenças de forma inexplicável. Parece que o desejo de ser médico, reprimido pelas circunstâncias, acabou sendo realizado em parte, ao poder ajudar tanta gente como eu vi. Até hoje não se sabe qual energia que estava com ele, no atendimento médico, ele não conta, mas o fato de receitar medicamentos que às vezes não tinham sido lançados no Brasil ainda, era mais um fato marcante. Também dava palestras sobre espiritismo, com enfoque mais científico possível para evitar fanatismos e ajudar a identificar o que ele chamava de “mistificação”, ou seja, pessoas que eram acometidas por transes de ordem psicológica, em nada se relacionando à energia.
Hoje, vive com a nona mulher (isso mesmo!) Terezinha Batista, já há mais de 12 anos, a qual agradeço toda a atenção e dedicação que tem dado, por puro amor.
Muito mais poderia se contar do que eu sei de suas realizações e de sua vida extraordinária mas creio que isso deva ficar para um livro, quem sabe, futuramente. Mas esse “resumo” já evidencia quem foi esse húngaro vigoroso, muitas vezes incompreendido em um país de linguagem cultural e comportamental diferente da rigidez européia, do “tudo certinho” mas, com certeza, como nada ocorre por acaso, o país certo, para o qual o destino o enviou, para dar a sua parcela – importante parcela – de contribuição no seu desenvolvimento. E isso, meus caros leitores, ele fez, com toda certeza. Um orgulho e um privilégio ser filho de Miklós Korontai.
Algumas das poesias que conseguiu reunir, quando decidiu quer queria colocá-las
em um livreto. Interessante notar que a singeleza dos textos parecem refletir
vários momentos da vida de Miklós, muitos dos quais ocorrem com tantos de nós.
Ele ficou devendo o livro da vida dele...
(nota minha em 05/07/2005)
a paz
o céu eterno envolvia-se
na escuridão mística:
só as estrelas piscaram;
tomando conta o silêncio
a tudo que era agitado:
a ‘’vida-robô” está descansando!
só eu estou olhando, desesperado,
procurando a paz nas estrelas
talvez com elas viveremos bem?
brilhando para sempre.
parecem diamantes em cortina negra
quero juntá-las de uma vez
mas não as alcanço, nunca!
onde está a felicidade?
passaram-se anos, amargurado
com a vida, censurado,
sem saber onde estava
andava como cego ao sol
procurava de onde viesse o calor;
porque onde tem calor, tem luz;
onde tem luz, tem amor;
onde tem amor, mora a verdade,
existência da vida, a felicidade!
a carona
andei na estrada, cansado,
esperando sempre carona!
realmente nem sei
quantos dias, meses, anos;
estou caminhando
sempre só
em uma estrada com curvas;
nunca vi o horizonte.
caminhando com as chuvas
e trovoadas, às vezes frias.
andei sem descançar
de vez em quando, olhando para trás,
como fosse esperando alguém;
quem poderia me acompanhar?
e tomar parte da minha vida;
e caminhar junto na ‘’estrada da vida’’,
que parece muito difícil e longa;
será que alguém, também abandonada,
entraria na minha vida de estrada?
assim talvez chegará o dia:
me dará carona tão esperada!
01.05.1994
perguntas
porque me criticas? será que você
fez menos erros que eu?
você se ofende tão facilmente
será que você tem mais orgulho que eu?
se você não consegue se apaixonar por alguém:
a outra vai dizer que você não presta...
você corre, sem objetivo, para alcançar
mais rápido o nada?
não adianta fechar os olhos à frente,
à verdade; quando não conseguimos esquecê-la.
a represa de amor
amar demais – e sufocar!
meu deus; tem que continuar!
o amor como uma represa;
se ficar aberta destrói
tudo que é bom e bonito!
meu deus! tem que controlar!
como amar sem abraçar?
como amar sem beijar?
como amar sem transar?
a força do amor tão grande:
que dá medo e cria dúvidas
derramando-se até lagrimas!
a poltrona
mandei fazer uma poltrona
para minha avó: descançar à vontade
com encosto alto, e encosto
a cabeça pra cochilar.
sonhando coisas que fez chorar.
a poltrona usada diariamente
foi a fuga do triste presente.
e ninho de medo do futuro
e da inevitável partida
entregar para deus a vida!
realmente chegou o dia temido
e a poltrona dela ficou vazia!
passaram-se os anos...
nos mudamos pra cá... pra lá...
a poltrona começou a estrovar
foi para porões, e outro lugar.
o tempo também invadiu,
a minha juventude...
e com os anos me cansava
mais e mais facilmente.
comentei seria bom uma poltrona
aquele tipo da minha avó,
um dia do meu ‘’ano virado”
com a poltrona reformada fui premiado,
os filhos, netos mandaram me presentear.
hoje as minhas pernas são doloridas,
descanço bastante, mas acho
que estes tempos são perdidos.
pensando: no ontem, hoje e amanhã;
e devagar, toma conta a soneca;
sonhando com saudade do passado;
acordando de repente para o presente!
o presente avançando lentamente,
deixando minha vida, apagando,
com a velhice tomando conta
da minha vida, preparando a morte!
estou sentindo que este conforto
é veículo da velhice e da morte!
por isso não gosto mais
desta poltrona de presente!
o amor
o amor e a amizade
é como a corda no violão,
se rasga uma vez
não adianta amarrá-la
porque o violão
fica para sempre desafinado!
a “companheira’’
eu vivo sozinho com triste coracão
alguém tem que me tirar dessa solidão!
procurei uma mulher para ser companheira
viver junto comigo; atender meu desejo.
achei uma, bonita e atraente
para casamento bem coerente
prometeu me cuidar,
alimentar-me, mas não engordar.
cuidar das minhas roupas,
lavadas e bem passadas;
sapatos limpos, brilhados,
cabelos lindos, bem penteados.
não deixaria mais eu fumar!
porque a saúde pode abalar!
não comer carne, faz muito mal,
não tomar bebida, nem de modo social!
comer verduras, mais saudável!
não acredito que será agradável
dormir cedo, e tamb’rm levantar
fazer depois; duas horas de andar!
que bom achar alguém assim!
quem quer tomar conta de mim.
fazer para mim a felicidade
mas desta maneira perder a liberdade!
minha mulher linda e querida;
não serei escravo nem por brincadeira!
quero guardar firme o meu coração.
e continuar sozinho na triste solidão!
dia dos namorados
amanhã de manhã
será o dia de amor:
o amor declarado:
coração com coração
fortemente abraçado.
amanhã de manhã
o dia dos namorados!
o dia de libertar
todas as emoções,
e amar com todos os corações!
amanhã de manhã
quero beijar teus cabelos
teus olhos com carinho,
e tua testa, quentinha.
amanhã de manhã
quero beijar teus lábios
vermelhos e quentes, macios,
mergulhar na boca semi-aberta.
mergulhar na porta do amor!
abraçar teu corpo trêmulo,
tirando todas as tuas roupas
para podermos encostar a nós
pele a pele, arrepiados.
quero beijar teus seios
teu colo lindo, que
convida para amar!
quero beijar tuas coxas
torneadas e lisas como seda...
beijar os lábios de amor:
antes de penetrar com
tesão e desejo total.
assim unirmos um amor
profundo e inesquecível
o dia dos namorados.
sonho
sonhei que era um pássaro
que volta ao ninho antigo.
queria rever o lar saudoso:
o meu último, lindo abrigo!
entrei, o ‘’fantasma de amor’’
o amor perdido focou meu guia.
tomou os maus como amigo;
e passo a passo caminhou comigo.
ai... a sala com lareira quente,
e uma poltrona me convida a sentar em frente.
olhei feliz as dançarinas do fogo;
estendi meu braço procurando teu ombro.
mas você não estava
procurar, não adiantava
...melhor se vou à biblioteca;
sentar na poltrona onde
sempre tirei minha soneca.
fui para nosso quarto de dormir,
pôr cobertor grosso pra cobrir
a cama do ninho do amor e descanso,
onde abracei na última vez com lágrimas
e não queria largar você nunca mais!
oh! ‘’fantasma de amor’’ amigo tanto...
larga-me... por favor! lembro sim o quanto
era nossa casa...
era uma ilusão perdida!
me lembro com claridade
que chorava em canto..
cada canto uma saudade!!
o bom
o bom sentirá a bondade provida
de outro bom; a bondade que alimenta
a vida e dá força para lutar contra o mal
assim como a carne reage à espinha
com o sangue apesar da ardência...!
lembranças da guerra
vêm os momentos inesperados,
lembrando de coisas boas e ruins!
de repente abro a cortina
do teatro da vida
mostrando momentos
da guerra sofrida
frio com chuvas, calor sem águas!
andar fraco sem comer!
foi satisfação achar
um cavalo morto!
cortando um pedaço de carne,
brigando com o vizinho!
descançar, acordar no colo
de uma mulher qualquer.
quem era ela nem queria saber!
marchando depois na lama
com a bota furada;
tremendo de frio
pobre soldado!
oh! disparar arma para matar?
deixando os corpos sem enterrar?
enfiar a faca no coração
de alguém, do teu inimigo?
quem talvez poderia ser teu amigo?
que pena, ele era como voce, jovem!
mas se tu não o matasse
ele o faria também pela ‘’ordem’’!
enfim, veio a fome após a guerra!
jovens, e até velhas, estupradas com força.
miséria, tristeza ficaram como ‘’sombra’’
sem saber, como livrar-se dela??
chega!! vem brilhar o sol outra vez
apaga as lembranças da ‘’sombra’’ de vez!
deus, venha me iluminar
meu coraçao, e minha alma,
para que eu possa amar, e ser amado!!
médico
hospital...silêncio...!
mas aqui dentro é diferente...
a luta é grande por vida e morte...
eu estou aqui: médico novo...
cheio de vontade para salvar vidas;
lutar até o fim, com garras,
no meu quarto esperando,
a primeira chamada...?
deferente voz do megafone do hospital!
‘’atençao’’, chamamos médico livre
para paciente com estado vital!
emergência...emergência
olhei para a primeira paciente
uma garota com corpo inerte:
parada cardíaca...
vou dar massagem com as mãos,
e agora choque elétrico...
massagem...e choque...repetida,
não mexe o corpo, parece perdida?
sacudo o corpinho inerte...
mas jä lhe tomou conta a ‘’morte’’.
olhei em redor desesperado, impotente.
perdi meu primeiro paciente!
agora é só o silêncio que temos!
a garota nós perdemos...
lamento muito, nós perdemos.
minhas palavras no silêncio
parecem como eco:
lamento muito, nós perdemos...
nós perdemos,...os perdemos!
encontrar deus!
na poltrona, sozinho, sentado,
nada, quase nada pensando.
parece minha mente trancada
mas assim mesmo quero falar.
falar sem fingir, sem enganar.
tirar todas desgraças;
despistar as tristezas,
sofrimentos e as misérias!
que tomam conta de todos
nós que estamos sonhando
a paz de espírito, a felicidade!
eu tenho que gritar!
tenho que despertar
o mundo perturbado!
que tem salvaçao!
devo convencê-lo
que existe algo mais!
nesta vida cega, surda, fingida:
existem os invencíveis sentimentos:
amor, a compreenssão, assim a paz!!
a sonhada felicidade:
estar junto com deus!
primeira namorada “única’’
eu tenho uma pessoa querida:
quando fala, fico perdido.
a voz dela parece criança...
mas a seriedade dela dá esperança.
falamos coisas...com coisas,
bobeiras, ruins, e bonitas.
fala querida você me agrada!
parece que já virou minha namorada.
gostaria ouvir sempre tua voz!...
porque o poder da voz abraça a nós!
eu fiquei por voce, apaixonado;
por você, pela tua voz ‘’única’’.
por favor, não desligue nunca!
não estou querendo perder:
minha primeira namorada – ‘’telefônica’’
eterna saudade
sei que nosso amor já terminou
mesmo sem deus, tudo findou;
assim levou a felicidade,
deixando em mim cruel saudade!
guarda esta rosa meu amor;
esta rosa que é minha dor;
esta rosa, oh! meu coração!
sejas a dizer desta canção.
sonhos queridos
que foram perdidos;
e inesquecíveis momentos de amor;
beijos e abraços e todo teu calor
volte, oh! volte para mim.
sei que o nosso amor já terminou;
mesmo sem deus; tudo findou;
assim levou a felicidade,
deixando em mim cruel saudade!
(esta é uma música e letra composição do autor miklos korontai e
foi apresentada no canal 12, atual rede paranaense de tv, em curitiba, em1969)
a vida novela
que dia hoje? não sei?
mas pouco importa...
somente me sinto fora,
fora de hoje, e de ontem.
estou boiando entre terra e céu
sem saber porque e como,
virando história uma vida
para novela, a ‘’vida-novela’’.
novela como tantas outras:
longas, alegres e curtas?!
com capítulos diferentes,
tristes, impressionantes.
histórias: com paixões, amores,
inimizades e traições...
a novela quer apresentar a vida
capítulos felizes, e sofridos?!
mas aliviando nos últimos.
o último capítulo
com cheiro de velas e jasmin
chegando a ‘’vida-novela’’ no fim.
fim! da ‘’vida-novela’’ em papel escrito
pelo grande poeta, o destino.
separação
cada separação é dolorosa,
a despedida deixa saudade!
e o coração fica machucado.
nobre sentimento falecido!
deixando sofrimento de luto!
deve ter várias vezes acontecido,
com qualquer um de nós...
durante a vida sem, critério
juntando, talvez, sem querer
um pequeno ‘’cemitério’’.
o dia de amanhã
por nossa vida
já pagamos de ontem;
já sabemos o preço de hoje
quem sabe o que estará previsto
amanhã; até a noite?
amor infinito (valsa)
escuta o teu cantar
na voz verde do mar;
no céu do infinito
a me chamar.
eu vejo o teu olhar
surgindo de uma flor
na voz de um passarinho
a me chamar.
oh! meu deus por que será
que ela não vem
aos braços meus
por que será que
existia adeus?
amar, sonhar, sofrer?
a vida é mesmo assim;
somente uma saudade
não tem fim!
(esta é uma música e letra de composição do autor miklos korontai.
apresentada no canal 12 (atual rede paranaense), em curitiba, em 1969)
o vento em cima manda
as nuvens sem rumo
uma brisa grita baixinho
e com cabelos molhados
correm ida e volta
aguaceiro sem calçados
e para abrir os sempre
molhados narizinhos
dos brotinhos.
crepúsculo está arrumando
a cama nas nuvens
o calor cobre levemente
o brilho das folhas
nas árvores sedentas.
mistério da vida
no corpo do homem tem
milhões e milhões de cobrinhas
esperando a fêmea
a excitação amorosa
as cobrinhas avançam
dento da fêmea
rapidamente
pequeno grito
felicidade, deu-se a
fecundação realizada.
as cobrinhas invisíveis
tão pequenas, mesma forma
gigantes com a energia
maior do mundo
tomando conta da vida
as misteriosas cobrinhas
espermatozóides.
roncos da noite
acordei minha mulher
saiu da cama
acendi a luz
andou até a porta
com um cobertor
e travesseiro
em baixo do braço
olhou pra mim...
teu ronco, vou pra sala...
saiu...
eu fiquei pensando:
e quando você ronca?
pra onde vou sair?
querida?
quem é você?
alguém me contou
que existe um todo poderoso
que fez a terra, o céu
o mar, as flores e o homem.
depois, cruzou os braços e
nem percebeu
que milhões de crianças morrem de fome
ficou de braços cruzados nas
guerras mundiais, nas quais
morreram milhões de pessoas
ficou de braços cruzados
com doenças matando milhões
ladrões e assassinos abusando
vivendo sem controle
os grandes desastres naturais
maremotos, terremotos, fogo
matam, matam...e você
ficou de braços cruzados!
quem é você?
nem percebeu quando tive derrame
artrose e agora, apesar de operado
não posso andar
você também ficou de braços cruzados!
alguém me falou: ele é todo poderoso...
deus!
como você deixou o mundo sofrer?
o mundo que você criou?
descruze os braços e abra-os
para abraçar este mundo
que já sofreu demais!
ligo a televisão
no primeiro programa
escolar, documentário,
ou qualquer outro
não importa.
depois, uma entrevista
pouco interessa.
em seguida, música, show
a cada hora, notícias
nem falo das novelas
para não esquecer
“vale a pena de ver
de novo”...
a televisão enche nossa vida
quando morrer, por favor,
ponham uma tv portátil
no meu túmulo
para não perder
o costume...
presente?
já falei do passado
mas não escrevi nada
do presente
a verdade, dia-a-dia
a luta
que vem do passado
que forma a vida
nova, melhor
com segurança
um presente sonhado
esquecer todas as
dificuldades e erros
reformar os pensamentos
sentir que o que se faz
é real e agora é bom
tem que confiar em si mesmo
enfrentar o presente
que oferece esperança
para futuro melhor!
já passou a meia noite
eu estou sem sono
estou pensando, pensando
nem sei o que
a minha mente vazia
como a noite sem estrelas
que fiz ontem?
que fiz hoje?
não sei
que vou fazer amanhã?
planejei o nada!
gostaria amar novamente
esquecer o odiar.
Seria bom sentir
De novo
As emoções
Que só a vida
Pode apresentar
Mas não tem
Mais tempo a esperar
O dia já está clareando
E a luz ilumina os sentimentos
Mórbidos surgidos
Na noite, no silêncio.
mentira
o mentiroso não agüenta
se mentem para ele!
o sincero será o único que;
pode mentir; sem criar dúvida!
solidão
meu cabelo já ficou tão branco
como a geada de inverno de campo...
o mundo em minha volta
mudou e correu à frente...
e eu?...fiquei velho? diferente?
minha mulher deixou-me...
cortando os nossos laços!
meus pequenos cresceram...
saíram dos meus braços!
e com a vida nova,
sem querer me esqueceram.
sobram as lembranças!
saudades das crianças!
sucessos e frustrações!
riquezas e pobrezas...
ilusões e decepções!...
frente ao meu copo cheio,
estou hoje, sentado sozinho,
e como falso companheiro,
um outro copo vazio!
nos pés encostado
meu único amigo:
o fiel cachorro...
e não falta na minha boca
para meditação profunda
o velho cachimbo...
anoiteceu de vez
acendo as velas
para quebrar a escuridão...
assim, talvez,
não sinto tanto a solidão!...
destino?
o passado valeu
mais de sete décadas
carregava nos ombros
sucessos, fracassos
felicidades e tristezas
cada erro muda a vida
e muda o rumo do
destino e do futuro.
o futuro exige trabalhos
progressos, novidades
mas o longo passado
com as variedades da vida
deixou cansado o corpo
e a mente.
não tem mais o futuro
nem presente, por quê?
o destino a nada abraçado
com a morte!
destino
cheguei encruzilhada
na minha vida
escolher
médico ou engenheiro?
escolher o certo?
deus me deu o caminho....
o sonhador
eu sonhava com um futuro
brilhante, ser rico
famoso! queria ser
médico-cirurgião
fazer transplantes importantes...
novidades.
ah! queria ser
engenheiro, arquiteto
construir casas
prédios fabulosos!
centenas de casas
populares e baratas!
pensei ser advogado
ser muito conhecido
e talvez juiz?
temido pelos criminosos
e aplaudido pelo
mundo inteiro!
mas também ser ator...
e talvez cantor?
convidado para hollywood!
ter avião próprio
castelo com mordomias
as mulheres escolhidas
eu sonhei também
a minha morte....
milhares de admiradores
vieram me acompanhar
dar o último adeus
rezaram, jogaram flores
falaram entre eles
que pena! foi um grande homem!
bem, pelo menos
um grande sonhador!
condenados
a noite já chegou ao fim
mal poderia dormir
dói tudo...
reumatismo?
já passei dos setenta
cabelos pintados
loiro escuro, bem penteados.
visto camisa branca
gravata vermelha com bolinhas brancas
grandes
terno cinza claro
estou elegante!
aparência cinqüenta
e olha lá....
quero comprar um carro novo
importado, claro!
talvez um bmw
preço bom, 36 vezes
agüento, será fácil
aposentadoria vai dar...
o financiamento tem que aprovar...
mais de setenta
duvidoso dar três anos
de crédito, quem sabe?...
negado por idade...
pronto! um deus!
já estou condenado
pelo comércio....
não posso sonhar mais
tenho que ficar com
carro velho
nem precisa mais
pintar os cabelos
porque ninguém vai dar
crédito para a vida
a longa vida...
o comércio, até os amigos
já me acham sem futuro
estou condenado!
condenado!
como todo dia, anoiteceu
tudo ficou preto
as cores morreram
até as vozes ficaram quietas
a vida em sonho sepultada
enfim as estrelas acordavam
lá no céu
eu estava sozinho
a noite majestosa
o silêncio tomava conta
minha alma solitária
os meus pensamentos
lembranças
talvez esquecidas
tempo de criança, feliz
como jovem, a luta
sem parar
por minha família
hoje já velho,
estou parado
vivo só com o passado
como o destino
comandava sem marcar
o futuro.
hoje admiro as noites
assim como o silêncio
sem sono
assim é mais fácil
preparar
a minha alma para
a esperada e
inevitável morte.
passado
os anos como se acumularam
fazem lembranças do bem
os amores, felicidades
criam saudades profundas
mas ficam marcados
no passado...
os anos como se acumularam
fazem lembranças
a guerra, sofrimento
gostaríamos de esquecê-los
mas não será possível
estão marcados no passado!
como os anos se acumulam
afastando a juventude
chegou o presente e foi!
ligeiramente, se afastou
seja bem ou mal sucedido
o tempo não pára, já está
marcado no passado!
escrevi alguns pensamentos
leio ligeiro porque
quando termino
já é passado!
silêncio da noite
o silêncio quase grita
sinto-me abandonado
como nunca
estou anadando como se fosse
perdido no escuro
boiando na minha casa
sem sentir o passado
sem pensar no futuro.
talvez procurando o presente?
o presente que hoje
ficou tão insignificante?
será que procuro ainda
a razão da existência?
talvez o amor, o carinho
ternura nunca recebidos?
procuro a fé perdida
e a fuga de tudo
a esperança?!
hoje, na verdade
não sinto mais nada
sou muito amargurado
nem sinto forças para ser!
não quero mais nada ver
deste mundo falso
o mundo que finge "vida"
mas prepara a "morte"!
no silêncio, nesta noite!
sonhei com a minha morte!
eu vi meu corpo inerte
e neste rosto sempre
cansado e triste
fiquei surpreso ao ver
meus lábios estavam rizonhos
ta;vez porque encontrei
na minha morte
o que sempre procurei:
a felicidade!!
mensagem de despedida...
obrigado por você me deixar te amar
montamos um maravilhoso lar
obrigado, pela tua ajuda para ser,
novamente novo homem e aparecer.
obrigado. você me fez feliz
não sei porque, me fez ferir?
obrigado, você fez tanto e me humilhou
para satisfazer seu orgulho!
obrigado, por teu beijo gostoso,
e por abraçar teu corpo delicioso.
obrigado, por esta paixão estúpida!
pensei que na minha vida fôsse a ultima!
obrigado, você acreditou nas fofocas?
sobre mim sem sentir dúvidas!
obrigado, você se afastou sem pensar;
ganhando apoio para não lamentar?
obrigado, porque posso sentir a falta tua;
sim! eu tinha alguém que era minha!
obrigado, porque não tenho mais nada;
nem inimigo, nem pessoa amada!
obrigado, meu deus por este tempo a amada,
que deixou você para mim, emprestada!
mensagem para juventude
seja feliz pela juventude!
e conserve enquanto pode
aproveitar todos os momentos
que a vida presenteia a vós.
abre o peito, vira para sol;
vai para o campo juntar flor;
ouça a voz do passarinho
e admira a criança risonha!
não vá atrás dos sonhos impossíveis;
para evitar muitas decepções.
cuida o futuro, para que não seja imagem.
ninguém alcançou as maravilhas da miragem!
aceita de deus o destino
seja difícil, ou levinho!
problemas tudo mundo têm;
enfrenta-os com coragem também!
acredita no bom, e na verdade;
e queira alcançar a felicidade!
a felicidade, os gestos para dar;
mostra com isto: que sabe amar!